Lancha escolar do quilombo Ilha de São Vicente é atacada após vídeo de transporte viralizar nas redes sociais

Share on facebook
Share on twitter
Share on email
Share on whatsapp
Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email

Famílias da Comunidade Quilombola Ilha de São Vicente ficaram assustadas e preocupadas após um ataque à lancha escolar que atende a comunidade. A corda usada para manter o veículo aquático atracado no quilombo foi cortada na madrugada do dia 13 de fevereiro. A embarcação se deslocou e foi encontrada rio abaixo, a cerca de 7 quilômetros de onde estava, dentro de um lago.

A lancha fica sob responsabilidade de condutor da lancha, que é quilombola e responsável por transportar, diariamente, as crianças que moram na ilha para o cais do porto de Araguatins, onde os estudantes pegam ônibus para chegar às escolas onde são matriculadas. A situação nunca tinha acontecido e chocou os moradores.

Um boletim de ocorrência foi registrado e a Secretaria Municipal de Educação de Araguatins foi comunicada sobre o fato. Para evitar novos ataques, a Semed providenciou uma corrente que substituiu a corda cortada.

O ataque aconteceu quando um vídeo do transporte escolar viralizou no instagram da comunidade (@quilomboilhasaovicente). O vídeo que mostra parte do trajeto pelo rio atingiu quase 2 milhões de visualizações, 85 mil curtidas, 820 comentários de pessoas de todo o Brasil e mais de 15 mil compartilhamentos.

A situação preocupa a comunidade que enfrenta, há anos, uma situação de conflito por causa do processo de regularização territorial. A situação ocorreu três meses após a entrega do título do território à Associação da Comunidade Quilombola Ilha de São Vicente. Atualmente, centenas de pessoas não quilombolas moram em lotes comprados de forma irregular no território quilombola.

“Não sabemos porque fizeram isso ou a quem quiseram prejudicar. Esse é um transporte que carrega crianças todos os dias, então todo cuidado é pouco. A lancha poderia ter descido ou batido em algum lugar, ou provocado algum problema mecânico que poderia aparecer durante trajeto. Ficamos com medo e vimos como um ataque à comunidade”, disse uma moradora que por medo não quis ser identificada.

Saiba mais sobre a história do quilombo